Ainda sinto o teu abraço envolver-me. Delicado, meigo mas ao mesmo tempo forte e seguro. Confiante. Protegia-me do mundo. Protegia-me como a uma menina pequena que tem medo do mundo desconhecido. Mas não. Esse abraço já não é meu. Sem avisos largaram-me no desconhecido que temia, tiraram-me a rede de segurança e esqueceram-se de que precisava de ti.
A impotência de não poder alterar o rumo que nos foi imposto é desesperante. Preferia ter a certeza de que era impossivel por não nutrires por mim qualquer sentimento agradável. Era mais fácil de aceitar. Assim não. Ambos sabemos que não é verdade. E isso torna tudo mais difícil, quase impossivel de aceitar.
A saudade que antes era desconfortável, agora tornou-se insopurtável. Antes sabia que mais tarde ou mais cedo os teus braços voltariam a envolver-me. Agora não sei quando te voltarei a ver. Sei apenas que quando te voltar a ver não terei o teu abraço. Nem o abraço, nem nada do que tivemos antes.
Entre nós resta uma amizade com a qual agora tenho dificuldade em lidar. Não sei como te falar, como te chamar... E acho que tu também ainda não sabes como lidar com esta nova realidade.
Não sei se será o melhor... secalhar nunca saberemos se foi a melhor opção...mas foi uma escolha dos dois e agora temos que aprender a ser novamente amigos ...