sexta-feira, dezembro 30, 2005

Final de Ano


É dia 30 de Dezembro. O final de ano aproxima-se a passos largos e, há já alguns dias (senão mesmo semanas) que não se fala noutra coisa.
A festa de passagem de ano é assunto de todas as conversas. Dois amigos encontram-se e a pergunta é quase inevitável : "Então, e onde vai ser a passagem de ano?". Não seria tão mais agradável convidar esse amigo para um café e falar sobre coisas realmente interessantes e com maior importância? Talvez. Mas isso significaria pensar em coisas sérias talvez.
Os media há semanas que anunciam as mais variadas e diversas festas de fim de ano. As mulheres começam a entrar em stress. Não sabem o que vestir. "Levo um vestido branco ou um preto?". Os homens preocupam-se com a quantidade de alcóol disponível na dita festarola. "Será que devo levar uma garrafa de champagne? Pelo sim, pelo não...vou levar".
O ordenado deste mês é praticamente inexistente, afinal o Natal "provocou" gastos no orçamento familiar maiores do que se esperava mas.....faltar à festa de passagem de ano?? Isso nunca. De que se falaria no próximo dia no trabalho, na universidade ou pura e simplesmente no café? Seria um escândalo não ter comentários para fazer sobre a roupa desta ou daquela; não poder contar como foi dura a ressaca de dia 1 e não saber sequer como se foi parar a casa...
É certo que é uma noite de diversão, uma oportunidade para estar com os amigos. Mas...nada muda! A única diferença será o ano que o calendário nos indica de resto.....é uma noite igual a tantas outras em que, o simples facto de se mudar de ano serve como argumento para os mais variados excessos....excessos esse que muitas vezes se pagam numa qualquer estrada, num qualquer km, ou num qualquer hospital....
Porque para me divertir com os meus amigos qualquer dia é bom. Para jantar fora e vestir um modelito novo qualquer noite é boa. Mas nesses quaisqueres outros dias ou outras noites nós nunca temos tempo para os amigos. Estamos sempre demasiado concentrados na nossa vida, nos nossos estudos, no nosso trabalho.
Este ano quando estiveres a brindar ao som das doze badaladas, quando pedires os teus desejos por cada passa, jura também a ti próprio/a que no próximo ano terás mais tempo para te dedicares aos outros e a causas verdadeiramente importantes. Não vale a pena ficar preso a futilidades de um novo vestido ou mais um flute de champagne....
Ah....e já agora. Este ano antes de podermos desejar um Bom 2006 vamos ter que esperar mais um segundo dizem os entendidos sobre os movimentos da Terra....Aproveitem bem esse segundo a mais que nos é "oferecido".....

domingo, dezembro 25, 2005

"Agarra-me esta noite...."


"Onde estiveres, eu estou, onde tu fores, eu vou
Se tu quiseres assim, meu corpo é o teu mundo
E um beijo um segundo, és parte de mim

Para onde olhares, eu corro, se me faltares, eu morro
Quando vieres, distante soltam-se amarras
E tocam guitarras por ti, como dantes

Agarra-me esta noite
Sente o tempo que eu perdi (mmmmm)
Agarra-me esta noite
Que amanhã não estou aqui "

in [Agarra-me esta noite], de Pedro Abrunhosa

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Voltando a acreditar....


Ainda hoje não consegui entender como as coisas entre nós cresceram tão depressa.
Agora que penso nisso um pouco mais a sério.....acho que era inevitável que assim não fosse.
Começou quase tudo por um mero acaso. Para mim o mundo já não tinha nada de novo para me mostrar, já não conseguia acreditar que poderia ser feliz. A minha vida estava realmente muito por baixo e só alguns amigos conseguiam animar-me e fazer com que não me tornasse apenas num corpo presente no dia-a-dia. Era preciso reagir. Eu sabia-o mas não estava a conseguir...As correntes que me ligavam ao passado eram demasiado pesadas para que eu conseguisse libertar-me sozinha.
Mas num só momento tudo se tornou tão mais fácil....Quase me atreveria a dizer que foi numa Noite de Magia. Sim, foi numa Noite de Magia. Só pode ter sido numa Noite de Magia. E mágico foi também o momento em que deixámos de ser apenas simples conhecidos.
Por entre toda a multidão que nos rodeava tornaste-te especial. Ganhaste um brilho próprio. Não sei bem o porquê mas foi impossível resistir-te. Aproximaste-te com o pretexto de apenas mais uma dança. "Danças?" Já tinha feito essa pergunta num outro contexto e quando me foi feita a mim não fui capaz de evitar esboçar um sorriso... Sorri e dançámos.
Confesso que não me apetecia nada dançar e só o fiz por ti. Estava cansada e dançar era o que menos me apetecia mas mais uma vez foi impossível resistir. Dançámos uma música, outra e outra sem parar. Não nos sequer nos demos conta dos momentos de silêncio
entre cada música. Estávamos num mundo só nosso e com uma melodia que só nós conseguíamos ouvir. Uma melodia mágica que não tinha momentos de pausa.
Esquecemos por completo as pessoas que nos rodeavam. O mundo envolta não interessava mais. Quer dizer, o mundo envolta já não existia para nós. O nosso mundo naquele instante mágica resumia-se ao momento em que os nossos lábios se tocaram. Foi um misto de emoções e sentimentos que ainda hoje não consigo explicar ou meter em palavras. Acho que nunca vou ser capaz de o fazer. Foi o início de algo muito bom. A cada carícia, a cada carinho que trocámos era como se estivesse a descobrir todo um novo mundo. Aos poucos voltei a acreditar que era possível; que valia a pena tentar e lutar para ser feliz. E tudo por ti...
Fizeste com que sozinha conseguisse quebrar com todas as ligações ao passado. Afinal, eu era mais forte do que pensava!
Dia-a-dia fazes-me sentir especial. Especial como a relação que estamos a construir. A cumplicidade cresce, a vontade de ver o outro feliz é uma constante....Poderia escrever muitas mais coisas sobre a forma como me fazes feliz mas, de cada vez que penso em ti as palavras tornam-se poucas e demasiado vulgares. Tudo o que me poderia escrever parece-me banal, talvez demasiado simples...
Assim, resolvi desistir de escrever.... Afinal os melhores momentos da vida sentem-se, vivem-se, não se escrevem porque as palavras nunca transmitirão tudo o que se sente.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

I Believe I can Fly


"I used to think that I could not go on
And life was nothing but an awful song
But now I know the meaning of true love
I'm leaning on the everlasting arms
If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it
I believe I can fly
I believe I can touch the sky
I think about it every night and day
Spread my wings and fly away
I believe I can soar
I see me running through that open door
I believe I can fly
I believe I can fly
I believe I can fly
See I was on the verge of breaking down
Sometimes silence can seem so loud
There are miracles in life I must achieve
But first I know it starts inside of me, oh
If I can see it, then I can be it
If I just believe it, there's nothing to it
I believe I can fly
I believe I can touch the sky
I think about it every night and day
Spread my wings and fly away
I believe I can soar
I see me running through that open door
I believe I can fly
I believe I can fly
I believe I can fly
Hey, 'cause I believe in me, oh
If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it
I believe I can fly
I believe I can touch the sky
I think about it every night and day
Spread my wings and fly away
I believe I can soar
I see me running through that open door
I believe I can fly
I believe I can fly
I believe I can fly
Hey, if I just spread my wings
I can fly
I can fly
I can fly, hey
If I just spread my wings
I can fly
Fly-eye-eye"


(Kenny G.)
Por maior que seja o precipício que tenha à minha frente serei sempre capaz de saltar e voar, voar, voar. Voar e ultrapassar tudo, basta acreditar e eu acredito.

sexta-feira, dezembro 02, 2005


«Uma das coisas mais belas da vida é olhar para o céu, contemplar uma estrela e imaginar que muito distante existe alguém olhando para o mesmo céu, contemplando a mesma estrela e murmurando baixinho: "Hum... Que saudade!!!"»
Escrevi um texto todo bonitinho para actualizar o blog.
Normalmente não gosto muito daquilo que escrevo mas desta vez, estava deveras uma coisa interessante. Mas depois, por um mero acaso enquanto procurava uma imagem para ilustrar o texto encontrei esta frase simples no blog de outra pessoa que não conheço de lado nenhum e achei deveras simples e bonita. Tomei a liberdade de a usar no meu blog (espero não ser presa lol), de a partilhar com todos aqueles que dão uma espreitada no meu cantinho.
Bjus grandes.
Nokas
PS.- Mesmo com o céu cheio de nuvens e com a chuva intensa que cai, espero que consigas em Braga ver a mesma estrela que eu e suspirar baixinho: "Hum...que saudade!"

domingo, novembro 20, 2005


Ás vezes por muito optimistas que possamos ser, tudo nos parece mau. Demasiado mau para sermos nós a passar por esta ou aquela situação.
Aos poucos vamos perdendo a coragem para lutar por algo melhor, os braços tornam-se demasiado pesados e por mais que tentemos não os conseguimos erguer. Vamo-nos tornando cada vez mais fracos e começamos a acreditar que realmente não somos tão fortes como gostaríamos de ser, como um dia julgámos ser. É como se a nossa vida fosse uma peça de teatro em que o pano teimosamente cada dia cai mais cedo, o espéctaculo tem cada dia menos brilho, menos luz; mas também começamos a não nos importar com isso. Torna-se como se fosse um facto incontornável, que pura e simplesmente temos de aceitar.
Ás vezes são os amigos que nos ajudam a acreditar de novo. Ás vezes são os amigos que nos fazem ver como somos realmente fortes, como podemos e devemos lutar por algo bom, demasiado bom que até nos assusta tanta felicidade.
Outras vezes...bem outras vezes, é o acaso que nos traz alguém para nos ajudar a sair dessa situação má à qual já nos habituámos. E foi na magia do acaso que te conheci. Foi por um acaso que entre uma multidão tu te tornaste aquela pessoa especial.
Aos poucos tens transformado o meu mundo. Aos poucos tens feito com que abandonasse o medo de ser feliz. A cada dia que passa ganho um novo alento e, chego mesmo a pensar que tudo não passa de um sonho bom. Mas se é um sonho bom.....deixa-me sonhar mais alguns instantes, mais alguns dias, talvez....talvez sonhar até ao momento que reina entre o intemporal e o inesquecível.
Neste sonho bom por vezes ainda tremo com recordações do passado, por vezes ainda sinto um desconforto interior; afinal não basta passar com uma borracha branca sobre o passado para se esquecer tudo o que já se viveu ou nos fizeram viver. Mas, com a magia própria dos grandes artistas, ensinas-me a confiar de novo, dás novas cores à tela da minha vida e encorajas-me a deixar que se torne num quadro sem espaço para cores menos alegres.
Insconscientemente comecei a acreditar em ti. Não sei como nem porquê, mas as promessas que fizeste naquela noite em que nos conhecemos melhor foram para mim inquestionáveis. Eram como se de verdades absolutas se tratassem e nem por um segundo me passou pela cabeça duvidar de ti. Talvez fosse da convicção do teu timbre de voz. Talvez fosse do encanto do momento que vivíamos. Talvez porque eu quis acreditar pura e simplesmente.
Tento encontrar uma explicação e não consigo. Tento justificar estas últimas semanas e não consigo. A cada dia que passa tornas-te mais especial. A cada dia que passa sinto que me fazes falta. A cada dia que passa, a cada momento, a cada instante sinto que já fazes parte da minha vida. E porque já fazes parte da minha vida.....eu estou feliz!
"Há momentos que nos marcam, pessoas que se tornam especiais e gravam na nossa vida o melhor de si. É no espaço entre o inesquecível e o eterno, na magia do recordar que quero guardar os teus melhores momentos e gravar na minha vida o melhor de nós." (Lena)

segunda-feira, novembro 14, 2005


"...és uma criança..."
Aqui há uns tempos em conversa mais acalorada entre o grupo de amigos, numa troca de opiniões sobre um tema "polémico", houve alguém que me diz: " (...)és uma criança (...)". A minha reacção no momento foi esboçar um dos meus melhores sorrisos e nem sequer dar importância.
Hoje que penso nisso....seria para dar importância? Quereria esse alguém insultar-me através daquela expressão? Pois bem.....comigo não resulta. hum.... ser criança....que bom!!!!
A meninice é sem sombra de dúvidas a melhor fase de todos nós. É na nossa infância em que o mundo é mágico, em que acreditamos que tudo é bom, que todos os crescidos são como os nossos pais que gostam de nós. Acreditamos que o mundo para além da nossa casa, do jardim onde brincamos, do nosso infantário é recheado de coisas boas. Acreditamos que os nossos amigos são os melhores do mundo. Acreditamos que somos donos de um mundo mágico, que conseguimos fazer com que as fadas e os magos das nossas histórias vivem connosco e com todas as crianças.
Só as crianças têm a capacidade mágica de se encantar com as coisas mais simples, como um raio de sol, o arco-irís, uma borboleta que passa por nós a esvoaçar e nos pousa no nariz fazendo-nos sentir donos do mundo. Só as crianças conseguem ser felizes em pleno, ser amigas e companheiras sem quaisquer interesses menos bons....só lhes interessa ser feliz, uma gargalhada antes de adormecer, um gelado na esplanada depois de um dia inteiro na praia.
Sou uma criança?..... Que se dane. Se isso significa que consigo ser feliz, se consigo ser verdadeira, ver a magia dos pequenos momentos e dos pequenos gestos....então sou criança e quero continuar a sê-lo durante muito tempo. E já agora.....esperava que muitas mais pessoas tivessem essa capacidade de manter viva a criança que têm dentro de si.
(Fuzas, Obrigado pelas tuas palavras e por me recordares da magia de ser criança.)

domingo, outubro 30, 2005


"(...) love you for all my life(...) "
(The man You love _Il Divo)
Juro que tento mas nem sempre é fácil. Sinto que estou cada vez mais perto, que vou conseguir. Pode demorar muito tempo, pode implicar que solte muitas lágrimas mas...estou a conseguir. Com o passar do tempo, estou a conseguir libertar-me desse vício em que tu te tornas-te. Começo a soltar as amarras que me prendiam a ti, encaro o mundo com um sorriso nos lábios, ganho coragem e volto a acreditar que é possível, que realmente todos vamos ser felizes. Basta-nos procurar quem nos acompanhe e eu quero confiar de novo.
Afinal, tenho todo um mundo à minha espera. E além disso, tenho uma enorme ânsia de viver, de sorrir, ser feliz!
Há dias cruzei-me com um desconhecido. Olhámo-nos, sorrimos e dissémos "olá". Foi exactamente da mesma forma quando nos conhecemos. Mas agora o desconhecido teve uma vantagem. Não me prendeu com o seu sorriso, não me fez sentir especial para depois me deixar no vazio da indiferença.
O desconhecido foi capaz de com um pequeno gesto conseguir com que me sentisse de novo capaz de conquistar o mundo.
Não sei se vou conseguir conquistar o mundo, mas vou conquistar de novo a minha magia, a minha vontade sorrir e desta vez.....desta vez não vou precisar de ter ao meu lado. Vou conseguir sozinha! (Afinal.....tu sempre me deixaste sozinha....)
(Os matraquilhos são um jogo de crianças e eu....eu já não sou criança!)

terça-feira, outubro 18, 2005

Salto ou não Salto? Só depende de ti....
"A vida é como saltar de paraquedas.
Quando não estamos bem no avião em que nos encontramos, temos k ter a coragem de saltar de paraquedas.
Apartir do momento que saltamos temos k passar por algumas correntes de vento, mas finalmente acabaremos por chegar à terra. Aí, encontraremos outro avião. Um avião que nos fará voar novamente, e quem sabe até mais alto....somente haverá um avião k nos poderá levar ao nosso destino, por isso cabe-nos a nós encontrá-lo.
Enquanto estamos na terra procuramos o nosso avião, vemos diversos e até vemos o rumo do avião em que tinhamos estado antes. De qualquer modo, estivemos presente nele durante um período da nossa vida e por isso ele não nos será indiferente. Podemos admirá-lo, olhá-lo de longe, temê-lo, e ao mesmo tempo tentar ignorá-lo. Mas sabemos que provavelmente nunca mais voltaremos a ele, pois o medo que fez saltar dele é forte demais para voltar a senti-lo. Poderemos olhar para ele, vê-lo c/ a tripulação que leva com ele, aqueles que fazem parte da sua vida, mas eu não farei mais parte dela...não estarei num avião que não me deu um lugar seguro para voar nele, não voltarei a saltar mais do mesmo avião, porque o paraquedas pode nem sempre funcionar como devia.
Neste momento vou num avião, posso ficar nele como posso ter que dele saltar.Ás tantas vou ter que saltar à força para com ele nao me despenhar... Por enquanto vou nele... mas neste momento tenho a porta aberta...SALTO OU NAO SALTO?"
(autor desconhecido)

Qualquer semelhança a uma relação de amizade confusa, turbulenta e a ir por água abaixo é....pura realidade. Não me deixes saltar...

segunda-feira, outubro 17, 2005



"Quando te conheci, sorri porque me apaixonei por ti e tu sorriste porque percebeste isso..."

(Autor desconhecido....ou talvez não)

sábado, outubro 08, 2005

CONSELHOS DE UM VELHO APAIXONADO

"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu
coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção:
pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver
o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode
ser a pessoa que
você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for
apaixonante, e os olhos
se encherem d'água neste momento, perceba: existe
algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa
pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar
o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por
algum motivo e, em troca, receber um abraço, um
sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue- se:
vocês
foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida
te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu
sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa
maravilhosa:
você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro
da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas
velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma,
um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim,
tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a
outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida,
mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam amor passar,sem deixá-lo acontecer
verdadeiramente.
É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida:
O AMOR !!!
Ame muito.....muitíssimo....... "
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, setembro 21, 2005


"Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidos, que todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te.
Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor imenso, doce e intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de TI, tu que és princípio e fim, que estás no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto, gosto."
Excerto da Crónica "Gosto"
Pinto, Margarida Rebelo.As Crónicas da Margarida.Oficina do Livro;Lisboa 2000.

sábado, setembro 17, 2005


"As planicies que me acalmam..."
Muitas são as pessoas que para se sentirem bem gostam de se sentar a ver o mar, a olhar o céu, a lua, as estrelas... eu não sou excepção mas, aquilo que na verdade me acalma, que me "alimenta" o equilíbrio, que me faz manter alguma sanidade mental, são as planícies do Alentejo. Talvez por ter crescido em pleno coração do Alentejo, talvez porque nos transmitem imensidão, nos transmitem calma ou pura e simplesmente porque nos proporcionam um quadro visual lindo.
Sempre que a minha vida se transforma num labirinto do qual não encontro saída, numa equação da qual não consigo resolver a incógnita é este o meu refúgio. Sentar-me num sítio calmo, o silêncio que impera nestes campos e só eu...eu e toda a vastidão deste Alentejo. Muitas são as vezes que encontro as respostas que preciso a olhar para este infinito mágico que se transforma ao longo do ano. Às vezes é um "mar" verde que nos presenteia com a sua presença, meses mais tarde...é uma vastidão de campos dourados, que ao sabor do vento balanceiam as culturas...
É este vento mágico que dança nos campos dourados que leva as coisas que nos chateiam mas, é também neste vento que chega o equílibrio que preciso.
É nestas planícies que também vivo os momentos de alegria. É fantástica a sensação de poder correr por estes campos, é o sentido de liberdade que nos invade, é uma sensação magnífica de bem estar, parece que temos ao nosso alcance todo o mundo, que tudo nos pertence, que vamos conquistar tudo e todos. Sorrimos e invade-nos o querer transmitir a todas as pessoas essa felicidade...
Se algo me agita, me inquieta, a solução para ordenar as idéias é....pegar no carro, um bom cd e conduzir por esses campos fora até encontrar um sítio onde parece que mais nada existe.
Aí sou só eu e toda a imensidão do "meu" Alentejo.....

segunda-feira, setembro 12, 2005


Rir é arriscar a parecer parvo
Chorar é arriscar a parecer sentimental
Procurar alguém é arriscar-se a um compromisso
Expressar sentimentos é arriscar-se a ser rejeitado
Mostrar sonhos perante a multidão é arriscar-se a fazer o ridículo
Amar é arriscar a não ser correspondido
Ir para a frente contra ventos e marés é arriscar o fracasso

Mas é preciso correr riscos
Para evitar o maior risco de todos: Não arriscar nada!

Quem não arrisca não faz nada
Talvez evite o sofrimento e a dor
Mas não pode aprender, sentir, mudar, crescer ou amar.

Amarrado por estas certezas, é um escravo
Confiscou a sua liberdade
Só quem arrisca é livre!

MEXIA, Catarina; "Arriscar o Amor"; XIS; Pýblico, 23 de Out. 2004
Fotografia: "Getting There" by Miguel Torres

quinta-feira, setembro 01, 2005


"As sapatilhas da bailarina parecem sempre grandes quando ela tropeça..."
Fecho o os olhos, embalada numa melodia calma e harmoniosa e começo a imaginar todo um novo mundo, toda uma nova envolvência em redor da vida e do sentido que esta leva.
Primeiro surgem imagens a um ritmo alucinante, não fazem sentido algum. Depois, a pouco e pouco começa a surgir uma certa coerência nestas imagens loucas, o ritmo torna-se mais lento e como que se trata se uma história.
Uma história, mas não uma história qualquer.A história da bailarina em pleno palco da vida, uma história comum a todos nós ainda que nem sempre a peça que se dança seja a mesma.
Neste palco temos não temos hipóteses para ensaios, não há oportunidade para falhar. Temos que ser bons bailarinos sob as luzes deste palco, em frente a uma plateia cada vez mais exigente e mais implacável. Uma plateia que está sempre atenta a todos os passos deste estranho bailado da vida.
Só há uma fase em que nos é permitido um pequeno ensaio, onde os passos indecisos são permitidos porque o pequeno bailarino é engraçado a tentar dançar. É assim na infância. Não imaginamos o que está para além da fantasia do nosso pequeno mundinho, damos os primeiros passos desta peça musical e todos nos aplaudem. Mesmo que dancemos mal, somos engraçados e por isso nos aplaudem.
Porém, não pode ser sempre assim. Crescemos, ficamos curiosos e queremos ir mais além, saber mais...enfim, dançar melhor e fazer com que as luzes do palco se voltem para nós. Ás vezes conseguimos sozinhos, de outras vezes conseguimos com a ajuda de outros bailarinos. Afinal também eles cresceram, ficaram curiosos e querem dar à exigente plateia o melhor do seu bailado, do nosso bailado.
Perguntam-me quem são esses bailarinos, se são pequenos anjos caídos do céu só para nos ajudar. Não sei, não sabe ninguém se serão anjos mas, um tesouro dos mais valiosos são com toda a certeza. Esses pequenos bailarinos que tantas vezes nos dão as mãos são aquilo a que chamamos de amigos.
Quantas e quantas vezes brilhamos lado a lado desses bailarinos fantásticos?Quantas e quantas vezes fazemos de tudo para que possam fazer a melhor dança possível? Mas às vezes tropeçamos num passo mais díficil. Outras vezes o compasso da música parece-nos lento demais para a nossa ânsia de brilhar e....tropeçamos. Aí os aplausos não soam, as luzes não brilham...as nossas sapatilhas fizeram-nos tropeçar. Os seus laços ficaram laços e quando mais precisávamos ....tropeçamos.
Continuo de olhos fechados, continuo a sonhar no meu mundo da música e dos bailados.
A um canto do palcouma bailarina tenta apertar as suas sapatilhas para recomeçar a dançar. Tenta e volta a tentar mas não consegue com que as suas pernas, os seus braços lhe obedeçam... Num passe de mágica, no instante de um sorriso, surge no palco da sua vida um bailarino que dança como ela nunca viu. Parece-lhe pura e simplesmente o melhor. Os movimentos deste bailarino são leves, feitos com uma enorme delixadeza e a melodia...a melodia que o acompanha....é....é maravilhosa.
Aos poucos ela ganha de novo a alegria de dançar, o seucoração volta a bater mais forte e o medo de tropeçar esvai-se numa nota melódica. Começa uma dança a dois que só eles conseguem entender, as luzes começam a voltar-se sobre eles e brilham. Brilham como nunca brilharam antes e são efusivamente aplaudidos.
Não se entende muito bem porque os aplaude aquela exigente plateia, afinal....dançam uma música só deles, num ritmo só deles, num palco só deles...num mundo só deles.
De repente....o "pair (?) de deux" mais mágico que jamais ela formara acabou... o bailarino deixou-a a dançar sozinha. Foi-se e com ele levou-lhe o brilho do palco, o calor dos aplausos, a vontade de dançar nesta dança da vida...
As fitas das sapatilhas ficaram laças, as sapatilhas caíram e .....e eu tropecei....