quarta-feira, março 24, 2010

Hoje estou assim

Apetece-me o sossego do escuro.Ficar no meu canto, viajar pelos meus mundos e sentir o pulsar intenso e imenso de mim.
Quero ficar sozinha na quietude da noite que se adivinha longa, talvez longa demais. Mas é nela que me reencontro. Neste local onde não sei se existo realmente, mas onde sinto.
O negro imenso já não me assusta, reconforta-me pelas perdas que não partem. Torna-nos a todos seres solitários, conscientes da grandeza dos nossos actos, palavras e sentimentos. Ou talvez não. Permite-me reviver a felicidade plena que tantas vezes se confunde entre o imaginário e o real. Torna-se assustadoramente quase real. Quase palpável. Mas, tal como a noite termina - mesmos aquelas noites mais longas acabam por terminar -também essa quase felicidade volta a terminar. Foge-me sôfregamente entre os dedos. Tento desesperadamente alcançá-la. Trazê-la de volta ao meu peito e fazer-me viver.
Preciso sentir o bater forte no meu peito! O tempo não pode simplesmente, passar por mim sem me deixar viver. Não é justo! E eu não gosto de injustiças. Nunca gostei.
Irei perder-me no silêncio desta noite que se adivinha longa demais, com sentimentos a mais, recordações a mais, perguntas a mais e respostas a menos. Irei perder-me, simplesmente perder-me. E um dia, reencontrar-me talvez.
Um dia, quem sabe?

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